Como ajudar uma criança a lidar com a morte???

A morte de uma pessoa próxima é uma experiência difícil para qualquer pessoa, especialmente para as crianças, que necessitam de uma atenção especial.

Para todos, a morte de alguém querido gera sentimentos difíceis de suportar e superar, tais como a tristeza, a raiva e o medo. Explicar a morte a uma criança é algo difícil para os adultos que, algumas vezes, ocultam a informação do falecimento, com medo que esta sofra ao saber da verdade. Essa falta de informação perante o desaparecimento súbito de alguém poderá confundir e gerar na criança sentimentos diversos, tais como raiva e insegurança.

Não raras vezes os adultos optam por dizer que a pessoa está a dormir para sempre ou foi viajar para muito longe. Estas explicações poderão confundir a criança, que poderá passar a ter medo de dormir ou ter medo que outro familiar viaje. Dizer às crianças que o “avô agora é uma estrelinha”, poderá igualmente confundi-las e levar a procurar formas de chegar a essa mesma estrela. As crianças até aos 10 anos não abstraem e entendem as explicações que lhe são dadas de uma forma literal.

Em caso de morte de alguém querido, é importante que a criança tenha conhecimento dessa situação, sem se inventar histórias que poderão baralhá-la. Poderá ser explicado o ciclo da vida de uma forma simples e deverá ser utilizada a palavra “morte”. Se a criança tiver tido a experiência de morte de um animal de estimação ou de uma planta, isso poderá ajudá-lo a compreender melhor o ciclo da vida e a morte.

A criança não deverá ser forçada a ir ao funeral, é uma escolha dela. Antes de participar nas cerimónias fúnebres, deverá ser explicado à criança o que vai acontecer e perguntar-lhe se é da sua vontade estar presente.

É importante que se permita à criança partilhar os seus pensamentos, dúvidas e sentimentos com adultos da sua confiança e que se sinta apoiada em toda a fase do luto.

A forma como uma criança recebe a notícia da morte e encara essa perda nunca é exatamente igual a outra. Algumas crianças poderão chorar, outras isolar-se e outras, por vezes, adotar comportamentos de agressividade verbal ou física. Procurar a ajuda de um especialista em situações de luto é sempre uma mais-valia.

Telma Lameira